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O Atlas do Beija-flor
O Atlas do Beija-flor mapeia a relação histórica dos povos Guarani na Mata Atlântica com o surgimento e expansão do capitalismo, de 1500 a 1769. Nesse período, os povos Guarani trabalharam, resistiram e lutaram pelo controle de inúmeras fronteiras de mercadorias na região, com suas ações impactando a história local e mundial. Essas mercadorias incluíam açúcar e trigo cultivados nas plantações de escravos portugueses, ao lado de ouro e erva-mate extraídos da floresta tropical.
Na cosmologia Mbyá Guarani, o beija-flor é um mensageiro divino, trazendo aos humanos a palavra de Nhanderu, a divindade criadora. O beija-flor voa entre o mundo divino e o material e entre as árvores para fazer a polinização cruzada das flores. Este Atlas, por sua vez, realiza a polinização cruzada das flores dos estudos guaranis com as flores de outras árvores, como história ambiental, história do trabalho, antropologia histórica e cartografia crítica. O Atlas se baseia em documentos primários de arquivos da América do Sul e da Europa, junto com reflexões sobre esses documentos de escritores e artistas Guarani Mbyá, como Timóteo Verá Tupã Popygua e Werá Alexandre, além da antropóloga e curadora Sandra Ara Rete Benites, Guarani Nhandeva. Nossas discussões sobre essas fontes primárias servem como o início de um diálogo que será desenvolvido em futuras versões do Atlas.
Mais de 83% da Mata Atlântica já foi destruída, com as comunidades Guarani constituindo alguns dos mais importantes defensores dos fragmentos remanescentes do bioma. Ao visualizar a história Guarani na Mata Atlântica, o Atlas do Beija-flor fornece um contexto mais amplo para a compreensão da importância das campanhas contemporâneas de direitos à terra dos Guarani.
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Século dezesseis: primeiro contato
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Século dezessete: Yerba Mate e bandeiras
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Século dezoito: a corrida do ouro brasileira
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Agradecimentos:
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Agradeço muito àquelxs que vêm colaborando e apoiando esse projeto na América do sul, como Sandra Benites, Timóteo da Silva Verá Tupã Popygua, Gabriela Cardoz, Anita Ekman, Carla Gole, Amilcar Packer, Marcos Tupã, Anai Vera e Alexandre Werá, assim como ao suporte na Austrália de Sara J. Wills, Sean Scalmer, Kat Ellinghaus e à Lizette Bentwitch Scholarship for PhD Travel and Fieldwork da University of Melbourne.
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Freg J Stokes é um escritor, performer e cartógrafo de Melbourne, Austrália, doutorando em História pela Universidade de Melbourne. Sua tese fornece parte da base de pesquisa para o Atlas do Beija-flor. Ele também trabalhou em teatro aplicado, arte pública e projetos de performance satírica na Austrália, Colômbia, Venezuela e Butão. Stokes escreve para o Postcolonial Studies Journal, Jacobin, Crikey, Overland e The Lifted Brow.
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Freg J Stokes, Ubatuba, Brasil
Photo de Anita Ekman
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